“Mulheres Empreendedoras” contribui para reforço do orçamento doméstico e promove resgate da autoestima e da autoconfiança

0
219

A meta para 2022 é ampliar o alcance do projeto, fazendo-o chegar a mais mulheres, ofertando novos cursos e criando novos polos em novos bairros.

Palavras de incentivo, de motivação e partilha de experiências de vida e de conhecimento. As rodas das oficinas do projeto social ‘Mulheres Empreendedoras’ ganharam mais importância entre as várzea-grandenses que participam dos cursos ofertados pela prefeitura municipal, por meio da secretaria de Assistência Social. A retomada das aulas presenciais em cada um dos quatro polos do projeto tem impactado vidas muito além da proposta de criar uma fonte de renda extra para agregar à renda doméstica.

As aulas semanais têm sido uma espécie de terapia, a cada dia os laços se fortalecem, e quem estava isolada pela pandemia, vai ganhando amigas, passa a dividir angustias e ainda aprende um tipo de artesanato, que em poucos meses se reverte em vendas de produtos e um extra para as famílias de cada participante.

A primeira-dama de Várzea Grande, Kika Dorileo Baracat, esteve visitando a oficina do polo do ‘Mulheres Empreendedoras’ do bairro Cidade de Deus, onde são ofertados cursos de crochê e amigurumi para 16 moradoras da região. Mais que uma palavra de incentivo ao despertar o empreendedor de cada aluna dos cursos, a primeira-dama fez questão de ressaltar a importância desse período de convivência para ampliar o autoconhecimento, o autocuidado e a validação de novas amizades que se formam. “As oficinas foram formatadas para agregar renda ao orçamento doméstico de cada família, mas o ganho em conhecimento, em troca de experiências e até mesmo desta forma de ‘terapia’ é algo incomensurável e um impacto gigantesco na vida e na intimidade de cada uma de vocês”.

A primeira-dama disse também que a visita dela tinha como objetivo reforçar o compromisso da gestão do prefeito Kalil Baracat com o social da cidade, e especialmente, o elo com o ‘Mulheres Empreendedoras’. “Mas ao chegar aqui, sentimos o clima de unidade, de amizade e de cooperação que existe entre vocês. Só posso incentivar a partilha que existe em vocês, e que os cursos possam melhorar todos os aspectos da vida de cada uma. Aproveitem os encontros para dividir sonhos, trocar ideias e criar laços. O ano de 2022 vai ser muito melhor e contamos com as sugestões de vocês para ofertar novos cursos. Não há objetivo maior nessa gestão do que o de promover o regaste da automestima da mulher e despertar o empreendedorismo de cada uma”.

Para a líder do polo do Cidade de Deus, Selma Amaral, a primeira-dama percebeu exatamente o impacto dos cursos na vida de cada aluna. “Muitas mulheres, além de enfrentarem dificuldades financeiras agravadas pela pandemia, estavam deprimidas. Após a retomada das aulas presenciais reatamos laços, criamos laços novos e somos como uma família. Cada uma ajuda a outra. Quem sabe mais partilha o conhecimento”, pontua.

A secretária de Assistência Social, Ana Cristina Vieira, destaca que o artesanato é uma das maiores manifestações culturais de Várzea Grande. “O artesanato é arte e trabalhamos para que haja valorização de cada produto feito pelas alunas e que essas alunas sejam igualmente reconhecidas e valorizadas. O Mulheres Empreendedoras existe para mostrar a força que mulher tem e para que cada uma cresça e tenha uma vida financeira cada vez mais independente”.

Conforme Ana Cristina a meta para 2022 é ampliar o alcance do projeto, fazendo-o chegar a mais mulheres, ofertando novos cursos e criando novos polos em outros bairros.

A coordenadora do ‘Mulheres Empreendedoras’, Ellen Carla da Costa, explicou que os cursos, na forma presencial, foram retomados em setembro e que a tradição de uma grande festa de encerramento, com exposição e comercialização das peças está sendo planejamento para dezembro. “Vamos finalizar a edição 2021 com 34 grupos formados em quatro polos e contabilizando a participação de cerca de 400 mulheres. Essas mulheres, com o conhecimento adquirido ou mesmo aprimorado, poderão contribuir com as despesas da casa a partir de agora e isso causa uma grande revolução nas famílias”.

Tereza Gonçalves e Ana Pinheiro, moradoras dos bairros Cidade de Deus e Jardim Eldorado, são alunas que já faziam crochê há muitos anos, mas se inscreveram no projeto para ampliar o conhecimento e diversificar os produtos. Hoje, ambas, confeccionam bolsas de crochê com fio náutico e de malha, material que nunca haviam trabalhado antes. “O final do ano está chegando e acredito que as bolsas poderão ser uma ótima opção de presente. Sem o curso eu não saberia como fazer um produto assim”, disse Ana.

Tereza, acostumada a lidar com outras linhas e barbantes, vê nas bolsas uma oportunidade de atender aos clientes e criar demanda pelas bolsas feitas em crochê.

Diferente delas, Célia Minas Novas, sem qualquer conhecimento, sentiu dificuldades em aprender e pensou em desistir. Mas a convivência com as colegas, a oportunidade de conversar com pessoas novas e até mesmo a ‘terapia’, a fez seguir em frente. “Hoje vejo que essas peças, feitas por mim, podem ser vendidas e assim estarei tendo uma renda extra”.

Selma explica que ‘Amigurumi’ é uma técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê ou tricô. Apesar da popularidade de bichos de pelúcia e bonecas, a técnica também é usada para objetos como utensílios domésticos.